PRÉDIO QUE ABRIGOU O PAÇO MUNICIPAL NO SÉCULO XIX AGORA É SEDE DA ACADEMIA BARREIRENSE DE LETRAS, CRIADA EM 2005 POR LUIZ PAMPLONA.
A Academia Barreirense de Letras (ABL) ainda comemora a inauguração da sua primeira sede, ocorrida no dia de abertura da V Festa Literária Internacional de Barreiras (FLIB).
A Casa é a concretização de um antigo anseio da agremiação de ter um local que possibilite o reforço das atividades artísticas na cidade, especialmente na diversa área das letras.
Criada em 20 de maio de 2005 através de iniciativa liderada pelo médico e escritor Luiz Gonzaga Pamplona (in memoriam), a confraria literária o elegeu como primeiro presidente, sendo vice a professora e escritora Ignez Pitta de Almeida, secretário Durvalino Nunes (in memoriam) e tesoureira Lélia Rocha (in memoriam).
Em seus 17 anos de história, a instituição tem contribuído com o enriquecimento literário, artístico e cultural não só no município, mas da região do Oeste da Bahia, através de lançamento de livros, saraus, eventos em escolas e universidades, Bienal do Livro no Parque e as FLIB's, dentre outros.
Nos primeiros registros da entidade encontramos ainda a referência aos professores e escritores José Agostinho Porto (in memoriam) e Antônio de Pádua, que ocuparam a suplência na primeira diretoria.
Na trilha desta história, localizamos como parte daquele grupo embrionário da instituição a citação das confreiras Solange Tavares da Cunha e Edelvira Wanderley Moreno (in memoriam). Compunham ainda a primeira turma da ABL os confrades José Roberto de Sena, Dilson Ribeiro (in memoriam) e Ataliba Campos Lima (in memoriam).
Atualmente constituída de 30 membros escritores que residem na cidade e cinco membros correspondentes, a entidade está em processo de seleção para preenchimento de cinco cadeiras vagas.
Para o professor e escritor Valney Dias Rigonato, presidente da ABL, a inauguração da sede e a participação da academia na festa literária superaram as expectativas com avaliação positiva.
O presidente Rigonato destacou a grande frequência de público nos eventos realizados no espaço, bem como a boa venda de livros de escritores associados e demais que lançaram suas obras durante a FLIB, somando cerca de 70 autores.
Rigonato salientou a generosa colaboração de alguns empresários e órgãos públicos para a organização do espaço, as parcerias celebradas com artistas expoentes de diferentes expressões culturais e o imprescindível comprometimento de membros da academia, para que tudo estivesse estruturado para os eventos já realizados na Casa da ABL.
A maioria deles durante a festa literária “As vozes de sertão na literatura: diálogos contemporâneos”, que movimentou Barreiras e região entre 23 e 25 de maio, com organização geral da Diretoria de Cultura da Secretaria municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer.
Com a ABL participaram da curadoria do evento a Universidade do Estado da Bahia (UNEB) – Campus IX e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFBA). Também o Núcleo Territorial de Educação (NTE/11) e a Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB) foram instituições curadoras.
Casa das letras
O prédio que abriga a academia faz parte do conjunto arquitetônico do Centro antigo de Barreiras e foi construído na década de 1890 para o funcionamento do Paço Municipal (equivalente à prefeitura).
A execução da obra, de acordo com levantamento histórico, ocorreu no mandato do primeiro intendente (cargo relativo a prefeito naquela época) Coronel Martiniano Ferreira Caparrosa.
O espaço já teve diversas utilidades como agência bancária e Casa dos Conselhos, desde que a sede da administração municipal foi transferida para a avenida Clériston Andrade, na gestão do ex-prefeito Baltazarino Araújo Andrade (in memoriam), na década de 1970.
Para abrigar a ABL o local foi reformado pela atual gestão municipal mantendo a fachada próximo das características originais, considerando as mudanças na porta e janelas, implementadas ao longo dos anos por diferentes administrações da cidade.
Gestões
A segunda presidente da ABL foi Ignez Pitta de Almeida, seguida de Vinicius Azzolin Lena (in memoriam), Luiz Pamplona (segundo mandato), Miriam Hermes, Solange Tavares da Cunha, Ananda Lima e Valney Dias Rigonato, que está no segundo mandato, considerando que o primeiro transcorreu em um cenário de pandemia COVID-19.
Miriam Hermes, jornalista e integrante da ABL.
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