

A confluência cultural entre oeste paulista e oeste baiano alicerça a ideia do romance “As Aventuras Fantásticas de Um Outro Zé Rufino”. O autor, Josiel Rusmont, mergulhou “no universo telúrico e também embrionário” de onde nasceu e viveu - Santa Maria da Vitória e Correntina – para criar as histórias. O despretensioso conjunto de contos mágicos com personagens totalmente improvisados, que contava aos filhos à noite, foi se adensando durante a pandemia com os achados das pesquisas sobre as influências culturais entre territórios que Rusmont vinha desenvolvendo por algum tempo. Os contos viraram um romance e o texto foi premiado pelo Programa de Estímulo à Cultura de Bauru, cidade do interior de São Paulo, que proporcionou a primeira tiragem da obra.
O prefácio da escritora e pesquisadora Tamiris Volcean antecipa que “o personagem Zé Rufino salta dos sertões brasileiros de forma fantástica para fazer uma leitura do passado e do presente, da nossa história e da nossa cultura, dando combustível para diversas leituras críticas sobre a sociedade brasileira. E tudo isso com muito colorido, muita aventura e muita diversão”.
A leveza na construção do texto é atribuída, em partes, ao conhecimento e imersão do autor no universo musical. Já a densidade da narrativa revela as referências de Rusmont da literatura nacional. “De um lado, há, claramente, a presença de elementos tão bem trabalhados por Guimarães Rosa em Grande sertão: veredas. D’outro, cortes cirúrgicos, frases curtas e seções pouco prolixas, típicas de Graciliano Ramos, que inseriu a ideia de que não há necessidade de grandes construções frasais para que se obtenha complexidade linguística”.
... o personagem Zé Rufino salta dos sertões brasileiros de forma fantástica para fazer uma leitura do passado e do presente, da nossa história e da nossa cultura, dando combustível para diversas leituras críticas sobre a sociedade brasileira. E tudo isso com muito colorido, muita aventura e muita diversão.
O autor diz que aprendeu a importância das referências na adolescência ouvindo relatos sobre os processos criativos de músicos como Renato Russo. Além das referência identificadas por Volcean, Rusmont cita a obra do conterrâneo Osório Alves de Castro e o realismo mágico de Gabriel Garcia Marques. Rusmont, que desde infância é apaixonado por livros e bibliotecas, compartilhou a felicidade sem fim ao ver o seu livro sendo parte do acervo das bibliotecas municipais e das escolas. “Afinal, o texto, a arte, buscam seu caminho, e nas comunidades e na educação, podem se transformar em correntes fortes de um bom rio."
Projeto transmídia
A obra literária ganhou uma adaptação para radionovela, promovendo democratização e acessibilidade do conteúdo. A produção tem o intuito de fornecer a experiência sensorial com a narrativa acompanhada de trilha sonora e sonoplastia. O ouvinte pode acompanhar o personagem Zé Rufino em suas aventuras no YouTube.
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