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Uillian Trindade Oliveira

As influências de Frans Krajcberg nas obras de Denarte de Jesus

O INTERESSE DO POLONÊS PELAS FORMAS DA NATUREZA E A DEFESA DO MEIO AMBIENTE ACABARAM INSPIRANDO O ARTISTA BAIANO.


Quadro objeto, 2012. Reprodução.


 

Natural de Lajedão-BA mas radicado em Nova Viçosa, no extremo sul da Bahia, o artista plástico Denarte de Jesus, 68 anos, não esconde as influências do polonês Frans Krajcberg, multiartista que se mudou para o Brasil em 1948. A relação de amizade entre eles atravessou mais de quatro décadas, até ser interrompida em 2017, com a morte de Krajcberg, aos 96 anos.

Denarte conheceu Krajcberg aos 18 anos, quando ainda trabalhava na extinta Sucam. Depois que entrou para a Polícia Militar da Bahia os laços com Krajcberg se estreitaram ainda mais. Além de artista, o polonês também era oficial de guerra, pois tinha lutado ao lado dos aliados na Segunda Guerra Mundial.


Denarte conviveu mais de 40 anos com artista polonês naturalizado brasileiro. Fotos: Acervo pessoal.

Sempre interessado em questões ambientais, Denarte ficou impressionado com as obras do amigo naturalizado brasileiro, com quem aprendeu muito sobre preservação do meio ambiente e técnicas artísticas. Em sua trajetória, Krajcberg usou a arte para denunciar as agressões contra a natureza e exprimir “a consciência revoltada do planeta”.


Inspirado pelo amigo, Denarte começou a produzir esculturas de raízes e troncos queimados e retirados dos leitos dos rios, folhas e ossos encontrados nas matas. Ele também usa a técnica da pirografia para fazer desenhos com fogo e dar diferentes tons às suas criações.


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As obras de Denarte têm um tom mais contemplativo, mais esmerado na beleza, na composição e na polidez de suas esculturas, uma ode para as coisas que antes não tinham valor, mas agora expressam beleza, organização e equilíbrio.

Denarte já realizou várias exposições e se sente realizado com sua trajetória artística. Suas obras estão espalhadas por vários estados do Brasil e em outros países. Ele garante que enquanto tiver vida, não vai parar de produzir. É uma forma de dar continuidade às reflexões do amigo polonês em relação à natureza.


 

Uillian Trindade Oliveira, professor do Centro Multidisciplinar de Santa Maria da Vitória (UFOB).


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